Decisão revela incoerência do governo Lula e expõe contradições no pacote de contenção de impostos.
Especialista da área da matéria do portal em Ribeirão, o único portal independente da região que não recebe verbas públicas.
Resumo:
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) a extinção do DPVAT, o seguro obrigatório para vítimas de trânsito, apenas sete meses após sua recriação sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida, que faz parte do pacote de contenção de gastos, segue agora para análise no Senado.
Reviravolta Política: DPVAT Derrubado em Votação Massiva
A revogação do DPVAT foi aprovada com 444 votos favoráveis, 16 contrários e uma abstenção, marcando uma vitória simbólica para a oposição, que sempre se posicionou contra a retomada do seguro.
Originalmente, o fim do DPVAT foi inserido no Projeto de Lei Complementar (PLP) pelo relator Átila Lira (PP-PI), a pedido do Executivo. No entanto, após pressão do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), o trecho foi retirado. A decisão gerou críticas e tumulto na Câmara, obrigando Guimarães a recuar e reapresentar a emenda que revogava o seguro obrigatório.
Acordos e Contradições no Governo
O debate foi marcado por embates entre governo e oposição. Enquanto o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) celebrou o resultado como uma vitória da oposição, Guimarães alegou que a decisão refletia uma orientação do presidente Lula, chamando a medida de “gesto de justiça social”.
Para Átila Lira, relator do PLP, a decisão alivia o peso financeiro sobre os cidadãos:
“Estamos cortando gastos e fazendo justiça social ao tirar o custo do DPVAT da nossa sociedade.”
O DPVAT havia sido extinto durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mas a cobertura continuou até o esgotamento dos recursos em 2022. Com sua recriação em abril deste ano, a cobrança seria retomada apenas em janeiro de 2025, com valores previstos entre R$ 50 e R$ 60 por condutor.
Impacto e Reflexão: Uma Decisão Polêmica
A extinção do DPVAT levanta questionamentos sobre a capacidade do governo em sustentar decisões consistentes e políticas públicas eficazes. O vai e vem legislativo prejudica a confiança dos cidadãos e expõe fragilidades na gestão pública.
__________________________________________________________________________________
Durante o governo de Jair Bolsonaro, o DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) foi extinto por meio da Medida Provisória nº 904/2019, assinada em 11 de novembro de 2019. A justificativa principal apresentada pelo governo foi a de que o seguro obrigatório era desnecessário e marcado por fraudes, além de representar um custo elevado para os proprietários de veículos.
Motivações para a Extinção
- Fraudes Generalizadas:
O DPVAT era alvo frequente de denúncias de fraudes. O governo argumentou que as irregularidades comprometiam a eficácia do seguro e aumentavam os custos de gestão. - Outras Alternativas de Atendimento:
O governo defendeu que as vítimas de acidentes de trânsito poderiam ser atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tornando o DPVAT dispensável. - Alívio Financeiro aos Motoristas:
A medida eliminaria a obrigatoriedade de pagamento do seguro, que gerava um custo adicional para os proprietários de veículos. Antes da extinção, o valor variava conforme o tipo de veículo, sendo mais caro para motocicletas.
Contexto da Decisão
Após a publicação da MP, a medida foi questionada judicialmente. O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a suspender sua validade em dezembro de 2019, argumentando que a extinção do DPVAT poderia prejudicar o acesso a indenizações para vítimas de trânsito. No entanto, o tema foi tratado como urgente pelo governo, alegando que sua manutenção não era essencial à população.
A medida acabou perdendo validade em abril de 2020, pois o Congresso Nacional não votou a MP dentro do prazo estipulado. Apesar disso, a gestão dos recursos acumulados pelo DPVAT foi transferida para a Caixa Econômica Federal, e o seguro continuou a operar de forma residual com o uso do fundo existente até seu esgotamento em 2022.
Resultados da Extinção
- Impacto sobre as Vítimas de Trânsito:
Sem o DPVAT, as vítimas passaram a depender exclusivamente do SUS e do INSS para tratamento e indenizações. - Alívio Econômico:
Proprietários de veículos deixaram de pagar o seguro obrigatório, o que foi visto como um benefício, especialmente por caminhoneiros e motociclistas, que pagavam valores elevados. - Debate Político:
A medida foi interpretada por críticos como um corte de direitos sociais e por apoiadores como um avanço na desburocratização e redução de custos para os cidadãos.
Essa decisão marcou mais uma etapa da política econômica liberal defendida pelo governo Bolsonaro, que priorizou a diminuição da intervenção estatal e a redução de custos para a população.
💭 “Governos vêm e vão, mas a incoerência política persiste. Que essas decisões sirvam de alerta para uma sociedade mais vigilante e engajada.”
🛑 JORNALISTA AIELLO – A VERDADE DOA A QUEM DOER
Meta-descrição: Câmara dos Deputados aprova fim do DPVAT, sete meses após sua recriação por Lula. Decisão gera polêmica e expõe contradições do governo.