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A Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprovou por unanimidade o tombamento definitivo da Catedral Metropolitana de São Sebastião, reconhecendo o valor histórico, cultural e arquitetônico do edifício. Com essa decisão, a busca por recursos para a preservação será facilitada, incluindo incentivos fiscais e o uso da Lei Rouanet.
Um Monumento com Rachaduras na Estrutura e na Política
A Catedral, erguida no início do século XX, é um marco neogótico que carrega a história e a religiosidade da cidade. Contudo, a sua conservação enfrenta desafios, com rachaduras agravadas pelo tráfego urbano e o passar do tempo. Estima-se que as obras de restauração custarão R$ 14 milhões, com apenas R$ 2 milhões planejados para arrecadação inicial.
Por trás do debate, surge a questão: quem deve financiar a preservação desse patrimônio?
O Peso do Dinheiro Público na Fé
Diferente de outras igrejas e templos de diversas religiões que dependem de doações e iniciativas da comunidade para manutenção, a Catedral frequentemente conta com apoio da prefeitura para reformas. Essa prática levanta dúvidas sobre a separação entre Igreja e Estado e a justiça no uso do dinheiro público para beneficiar uma instituição religiosa específica.
Enquanto entidades empresariais e a comunidade se mobilizam para arrecadar fundos, a prefeitura e os vereadores sugerem incentivos fiscais para patrocinadores de imóveis tombados, incluindo descontos no IPTU e ISS. No entanto, esses benefícios, embora legais, indiretamente refletem um custo aos cofres públicos, que já sustentam serviços essenciais.
Preservação Sem Peso ao Contribuinte
A Catedral de São Sebastião é, sem dúvida, um patrimônio turístico e religioso de Ribeirão Preto. Contudo, sua manutenção deve seguir o exemplo de outros templos religiosos: financiada pela comunidade e pelas ações internas da própria Igreja.
A dependência recorrente do dinheiro público para reformas da Catedral desrespeita o princípio de igualdade entre as religiões e contribui para um debate polarizado sobre o uso dos impostos.
📢 Reflexão Final:
Preservar a história é vital, mas sem onerar o contribuinte. A fé e a tradição devem inspirar união e doação, e não disputas por verbas públicas. Afinal, patrimônios históricos, por mais valiosos, não devem ser fardos políticos.