Nesta quinta-feira (12), o dólar comercial voltou a romper a marca de R$ 6,03, impactado pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic, e por leilões emergenciais do Banco Central (BC). Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, despencou diante de um cenário de incertezas políticas e econômicas.
Cotação do Dólar e Intervenção do BC
- Às 14h24, o dólar subia 1,04%, sendo cotado a R$ 6,032.
- Pela manhã, a moeda norte-americana havia registrado queda, chegando a R$ 5,867, mas reverteu o movimento.
- Para conter a volatilidade, o Banco Central anunciou o leilão de US$ 4 bilhões das reservas internacionais, com compromisso de recompra.
Selic e Projeções de Mercado
O Copom elevou a Selic para 12,25%, com sinalização de novas altas significativas nas próximas reuniões. Analistas como a XP Investimentos ajustaram suas previsões para uma taxa terminal de 15%, indicando um cenário de juros mais altos até 2025.
A comunicação dura do BC provocou um movimento de aversão ao risco, com fuga de capitais estrangeiros e pressão sobre o câmbio.
Reforma Tributária e Clima Político
- A reforma tributária é outro fator de pressão no mercado. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o projeto que regulamenta a reforma, mas a sessão conjunta do Congresso para votações foi cancelada.
- A incerteza sobre a agenda fiscal amplia o desconforto dos investidores.
Além disso, o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém o clima de incerteza. Lula está internado no Hospital Sírio-Libanês, onde passou por um procedimento considerado de baixo risco. A expectativa é de alta ainda hoje.
Ibovespa em Queda
O Ibovespa iniciou o dia em queda de 1,34%, atingindo 127.851 pontos às 10h25. O pessimismo quanto ao aumento da Selic e as incertezas sobre a reforma tributária derrubaram os índices.
Cenário Econômico e Impactos
O aumento dos juros visa conter a inflação persistente, mas sua sinalização de aperto prolongado pode sufocar ainda mais o crescimento econômico. A alta do dólar pressiona o custo de insumos e produtos importados, criando um ciclo de encarecimento e desaceleração econômica.
“O Brasil enfrenta um momento delicado em que é preciso equilibrar inflação, juros e crescimento, sem perder o foco na estabilidade política e fiscal. Sem confiança, o mercado continuará reagindo com volatilidade.”