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Você imagina que paga R$ 3,4 milhões anuais por vereador para não receber nem o minimo, procure vereadores em UPAs, postos de saúde ou então em seus gabinetes.
Enquanto a população de Ribeirão Preto enfrenta uma crise crônica na saúde pública, com UAPs superlotadas, falta de medicamentos e escassez de profissionais para atender idosos e vulneráveis, a Câmara de Vereadores consome absurdos R$ 75 milhões por ano para operar. Este custo astronômico equivale a mais de R$ 3,4 milhões anuais por vereador, incluindo salários, estrutura, benefícios e manutenção da casa legislativa.
Mas o que Ribeirão Preto recebeu em troca desse gasto exorbitante?
Um Legislativo como Cartório do Executivo
A atuação da maioria dos vereadores resume-se a carimbar projetos de interesse do prefeito Duarte Nogueira, relegando sua função de fiscalizar e legislar em benefício da população. Nos últimos quatro anos, a Câmara demonstrou um desempenho pífio, marcado por omissão em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.
Descompasso Entre Gastos e Benefícios
Custo Individual dos Vereadores
Embora o subsídio bruto de um vereador seja de R$ 13.809,95 mensais, o custo total para manter a Câmara vai muito além disso. Cada vereador, com estrutura, assessores e manutenção do prédio legislativo, custa cerca de R$ 285 mil por mês à população, segundo dados oficiais.
- Subsídio mensal líquido: R$ 10.249,30
- Gasto total anual por vereador: R$ 3,4 milhões
- Total da Câmara: R$ 75 milhões/ano
Para comparação, este valor poderia ser redirecionado para:
- Construção de novas UAPs e hospitais com infraestrutura adequada.
- Aquisição de equipamentos médicos de ponta.
- Contratação de centenas de médicos e profissionais de saúde.
- Criação de programas voltados para o atendimento de idosos, uma área completamente negligenciada no município.
Falta de Transparência e Controle
A consulta ao Portal da Transparência da Câmara expõe outra face do descaso: dados desatualizados desde 2022, uma violação direta do direito constitucional de acesso à informação. Além disso, o portal apresenta links que redirecionam para páginas inexistentes, como o sistema E-Sic, que deveria facilitar denúncias e pedidos de informação.
Essa opacidade compromete a fiscalização popular e abre caminho para práticas de gestão duvidosas. Como confiar em uma Câmara que sequer mantém atualizados seus registros financeiros?
O Que Poderia Ser Feito?
Melhor Gestão de Recursos Públicos
- Redução dos custos administrativos da Câmara: Um corte de 30% no orçamento legislativo liberaria R$ 22,5 milhões anuais para a saúde.
- Incentivo à transparência: Atualização obrigatória e mensal do Portal da Transparência com auditorias externas.
- Controle rígido de gastos com assessorias: A redução de cargos e benefícios poderia economizar milhões.
Prioridades Negligenciadas
- Saúde Pública:
- Ampliação das UAPs para evitar filas intermináveis.
- Criação de centros especializados para idosos.
- Programas de capacitação para profissionais de saúde.
- Participação Popular:
- Realização de audiências públicas reais, com retorno à população sobre as demandas apresentadas.
- Implementação de plataformas online para consultas populares.
Conclusão: Um Legislativo que Não Representa o Povo
O alto custo da Câmara de Ribeirão Preto não se justifica diante dos resultados entregues. Um Legislativo que custa R$ 75 milhões anuais deveria ser uma máquina de eficiência e inovação, resolvendo problemas históricos da cidade. No entanto, os vereadores tornaram-se símbolos de inércia, focados em agendas próprias e no apoio irrestrito ao Executivo.
A pergunta que fica é: quantos hospitais, medicamentos e médicos poderiam ser financiados com o dinheiro que hoje paga pela paralisia da Câmara?
Chegou a hora de exigir mais e pagar menos. Ribeirão Preto não pode mais sustentar uma máquina pública que só funciona para si mesma.