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Resumo dos principais pontos:
- Nos dias 22 e 23 de agosto de 2024, o estado de São Paulo registrou 2.316 focos de incêndio, quase 7 vezes mais que em todo o mês de agosto de 2023.
- A região de Ribeirão Preto foi fortemente atingida, com cidades como Pitangueiras, Altinópolis e Sertãozinho no topo da lista de incêndios.
- Dois trabalhadores morreram enquanto tentavam conter incêndios em Urupês.
- O governo estadual criou um gabinete de crise para lidar com o problema.
Nos últimos dois dias, o estado de São Paulo enfrentou uma onda de incêndios devastadora, superando em quase sete vezes o número de focos de fogo registrados no mesmo mês do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 22 e 23 de agosto, foram contabilizados 2.316 focos de incêndio, um aumento preocupante em relação aos 352 casos registrados em agosto de 2023. Embora a estiagem e o calor extremo sejam fatores conhecidos que contribuem para as queimadas, este fenômeno está longe de ser uma simples consequência do perÃodo de secas, já que em anos anteriores também passamos por secas severas e os números nunca foram tão alarmantes. Qual seria, então, o verdadeiro motivo por trás dessa crise?
Os incêndios se alastraram principalmente em áreas como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, São Carlos e Bauru. A região de Ribeirão Preto, particularmente, foi uma das mais afetadas, com as cidades de Pitangueiras, Altinópolis e Sertãozinho liderando o ranking de focos de incêndio, totalizando 203 ocorrências. Além disso, outros municÃpios como Urupês, Salmourão e Pontal também enfrentaram uma onda intensa de queimadas. Ribeirão Preto, a maior cidade da região, contabilizou 32 incêndios, colocando-a entre as 20 cidades com mais casos de incêndios no estado.
A gravidade da situação levou o governo de São Paulo a montar um gabinete de crise, buscando encontrar soluções para o problema que está colocando em risco a vida de pessoas e comprometendo o meio ambiente. Na cidade de Urupês, dois trabalhadores de uma usina perderam suas vidas ao tentar combater um incêndio. As vÃtimas, de 30 e 48 anos, eram moradores de Irapuã e José Bonifácio, duas cidades próximas, e suas mortes trouxeram uma dolorosa lembrança dos riscos que esses incêndios representam para as pessoas que estão na linha de frente da luta contra as chamas.
Os ventos de pré-frontal, junto ao tempo seco, são apontados como os principais fatores que favorecem a propagação dos incêndios. Esse fenômeno, conhecido como “plumas de fumaça”, é responsável por criar densas nuvens de fumaça que chegam a cobrir o sol, afetando a qualidade do ar e trazendo medo à população. Muitos moradores da região de Ribeirão Preto, assim como em outros municÃpios do interior de São Paulo, têm convivido com o desconforto e a incerteza causados pelos incêndios.
A pergunta que todos se fazem é: por que os incêndios estão tão fora de controle este ano? Embora o clima seja um fator a ser considerado, há outros elementos em jogo, como a ação humana irresponsável. O desmatamento e o uso indiscriminado do fogo para limpar terrenos são práticas que continuam a agravar a situação. Mais do que nunca, é preciso que as autoridades tomem medidas firmes para controlar essa verdadeira catástrofe, protegendo tanto o meio ambiente quanto a vida das pessoas.
“O fogo destrói, mas a esperança nunca se apaga. Que possamos sempre lutar por dias melhores.”
Jornalista Aiello