Educação financeira: Na região de Ribeirão Preto, 50 mil estudantes têm nova disciplina no currículo e vão aprender a lidar com o dinheiro

Currículo foi reformulado e novo componente para ampliar aprendizado de matemática é oferecido para todos os estudantes do Ensino Médio e dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental

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Currículo foi reformulado e novo componente para ampliar aprendizado de matemática é oferecido para todos os estudantes do Ensino Médio e dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental

Com a mudança da matriz curricular, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) incluiu aulas de educação financeira no currículo das três séries do Ensino Médio e dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental a partir deste ano. A proposta visa ampliar o aprendizado de matemática e permitir aos estudantes construir uma relação melhor com o dinheiro ao longo da vida. 

Mais de um milhão de estudantes da rede estadual têm acesso semanal às aulas, com material didático construído pela Coordenadoria Pedagógica (Coped) da Educação de SP. Na região de Ribeirão Preto, 16 mil estudantes estão matriculados nos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 34 mil no Ensino Médio.

“O currículo de educação financeira criado pela Secretaria permite que os jovens compreendam o valor do dinheiro, desenvolvam hábitos saudáveis de consumo e poupança, e construam uma base sólida para o futuro. Na vida adulta, essa base se traduz em maior segurança e autonomia para lidar com diferentes situações financeiras, desde o planejamento de metas de curto e longo prazo até a escolha de investimentos adequados ao perfil de cada um”, diz o professor Rafael José Dombrauskas Polonio, técnico da equipe curricular de matemática da Seduc-SP.

Investidor agora

Escolas que já trabalhavam o assunto com seus estudantes nas aulas complementares do Programa de Ensino Integral (PEI) têm colhido frutos das aulas de educação financeira e devem expandir os ganhos pedagógicos com a nova matriz curricular.

Ex-estudante da Escola Estadual Professor Josué Benedicto Mendes, de Osasco, o jovem Deivyd Barros de Sousa, de 18 anos de idade, reconhece os benefícios da educação financeira e comemora a expansão do aprendizado para adolescentes de toda a rede. 

Hoje, Deivyd é influenciador de finanças com cerca de 100 mil seguidores em suas redes sociais, montou uma empresa com colegas da antiga escola e pretende manter as palestras sobre o assunto para alunos da rede estadual, como fez até o fim de 2023, quando concluiu a 3ª série do Ensino Médio. E tudo começou dentro de sala de aula. “O canal Investeens não é apenas uma fonte de informações valiosas sobre finanças para jovens, mas também um exemplo de como a educação financeira pode se tornar acessível e relevante. Agora, mesmo formado, pretendo continuar acompanhando os avanços dos meus colegas mais novos da escola”, afirma Deivyd.

Antes de concluir a trajetória na rede estadual, Deivyd ainda conquistou, para seu histórico e de sua escola, a medalha de bronze na Olimpíada Nacional de Investimentos (OBInvest), normalmente dominada por estudantes de escolas particulares.

Moeda própria

Em São José do Rio Preto, a educação financeira foi trabalhada nos últimos anos pela Escola Estadual Pio X, de ensino integral, com objetivo de aumentar o engajamento de pais e alunos no dia a dia da escola e desenvolver suas competências socioemocionais. Atualmente, os alunos têm até uma moeda virtual interna, a Pio Coins, e um sistema de recompensas com base no desempenho escolar.

“Para mim, o projeto Pio Coins ajudou muito. Consegui melhorar bem o meu comportamento e as minhas notas, pois quanto menos faltas e menos advertências, mais Pio Coins eu ganho”, afirma Eduardo Lopes, aluno do Ensino Médio. “A ideia é muito boa, pois estimula os alunos a elevarem o nível do seu desempenho comportamental e educacional por meio de recompensas”. 

A diretora da unidade, professora Sara Menezes Carvalho Alves, conta que desde o planejamento do ano letivo, a equipe da escola trabalha para somar o conhecimento esperado na disciplina implantada pela Seduc-SP com a experiência com a criação e uso da moeda própria.