Estados vão contra diretriz do Ministério da Saúde e irão vacinar crianças sem prescrição médica. E a historia de seguir a “CIÊNCIA”?
“Exigência de prescrição aumenta a desigualdade”, explica médico Renato Kfouri
O representante da SBIm também critica a medida de consulta pública aberta pelo Ministério.
“Não adianta criar esse mecanismo quando grupos antivacinas, comandados pelo presidente [Jair Bolsonaro (PL)] influenciam no levantamento. Ainda mais quando se tem diversos robôs que não representam a população e, consequentemente, descredenciam os imunizantes”.
Como saída, Kfouri apresenta duas oportunidades: realizar uma pesquisa encomendada com representatividade nos estados e economicamente, “não respondida por máquinas”, e “basta olhar o número de vacinação nos adolescentes de 12 a 17 anos que você saberá se a população tem interesse em vacinar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao todo, mais de 75% da população brasileira já recebeu a primeira dose, e mais de 65,5% das pessoas estão com o esquema vacinal completo – ou seja, tomaram duas doses ou a vacina de dose única.
Outra ideia que o médico critica é o pensamento de ‘não morreram crianças o suficiente para ser realizada a vacinação’. Ele diz que “patamares aceitáveis de morte é indiscutível. Não estamos falando de idosos com cerca de 90 anos, mas de uma vida inteira”.
Para Kfouri, a única chance de se ter uma carta médica é se “alguma criança em condição especial, segundo avaliações médicas, não precisar se vacinar por questões de saúde. Assim, gerando um atestado de dispensa”.
“É necessário celeridade, não atos protelatórios desnecessários”, finaliza.