‘Estávamos à beira do socialismo’, diz Bolsonaro em discurso na ONU
Na abertura da Assembleia-Geral da entidade, presidente criticou lockdown e defendeu tratamento precoce contra a covid-19
O presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado a falar na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, nesta terça-feira, 21. Em um pronunciamento no qual abordou uma série de temas, da pandemia de covid-19 ao meio ambiente, da corrupção à recuperação econômica, Bolsonaro afirmou que “o Brasil vive novos tempos”.
“Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019”, disse o presidente logo no início do pronunciamento. “Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção. O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição, valoriza a família e deve lealdade ao seu povo.”
Alguns temas:
Bolsonaro abre sua fala alfinetando a mídia militante e afirmando que vai mostrar o Brasil real, ocultado pela imprensa. Lembra que governo atual segue sem escândalo de corrupção, ao contrário do que acontecia antes.
Brasil mudou, deixando socialismo para trás. Investimentos pesados em infraestrutura, com forte participação privada. Redução do custo Brasil. Avanços na área de saneamento básico, com concessão ao setor privado. Grande mercado consumidor, respeito a contratos.
Brasil, com utilização de apenas 8% do território usado para agricultura, alimenta quase 1 bilhão de pessoas no mundo. Preservamos dois terços de nossas florestas e biomas em geral. Meta de neutralidade de carbono foi antecipada. Mais de 80% da energia de fontes renováveis.
Cobrou a parte da Europa no acordo, já que até hoje não recebemos pelos créditos de carbono.
Família tradicional como pilar fundamental da civilização. Liberdade de culto como valor inegociável. Minorias, como índios, são protegidos e 14% do território nacional pertence a reservas indígenas, que desejam produzir também.
Brasil tem tradição de ajuda humanitária e recebe refugiados. Ofereceu abrigo aos cristãos afegãos.
“Reitero o nosso repúdio ao terrorismo em qualquer uma de suas formas. Apoiamos uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde buscamos um acento permanente.”
Pandemia: “Sempre defendi foco simultâneo no combate ao vírus e ao desemprego”. Governo ofereceu auxílio emergencial para os mais pobres, com situação agravada por decisões de prefeitos e governadores de fechar comércio.
“Apoiamos a vacinação, contudo, nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte obrigatório”.
Bolsonaro defende liberdade médica para tratamento imediato e alerta: história vai julgar postura de todos.