Casos de violência contra mulher durante a pandemia cresceram 30% em Ribeirão Preto

“a pandemia, a permanência dos membros em casa, sem atividades externas, contribuiu para intensificar os conflitos e as vivências de violência intrafamiliar”.

0
636
arquivo

No Brasil, uma mulher é vítima de estupro a cada oito minutos.

Por dia, três mulheres morrem por feminicídio, e 30 mulheres sofrem agressão física a cada hora.

Os dados alarmantes são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em Ribeirão Preto, a Secretaria de Assistência Social, através do Núcleo de Atendimento Especializado a Mulher – NAEM, registrou aumento de 30% nos casos de violência entre março a dezembro de 2020, se comparado ao mesmo período de 2019.

De acordo com Laura Aguiar, diretora do Departamento de Proteção Social Especial, “a pandemia, a permanência dos membros em casa, sem atividades externas, contribuiu para intensificar os conflitos e as vivências de violência intrafamiliar”.

O NAEM atende, em média, 80 mulheres por mês. As vítimas são encaminhadas por determinação judicial: Órgão de Garantia de Direito, Delegacia de Defesa da Mulher- DDM, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM, Conselho Tutelar, entre outros serviços socioassistenciais, Centro de Referência de Assistência Social – CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, além das Unidades de Saúde.

arquivo

Outro acesso ao NAEM é por demanda espontânea e busca ativa. O Núcleo oferece atendimento humanizado e personalizado, atendimento psicossocial individual e familiar, atendimento psicossocial em grupo e orientação jurídica. A equipe técnica compreende a história de vida da mulher em situação de violência e juntas desenvolvem recursos internos e externos para o enfrentamento.

Nas situações em que a vítima não pode comparecer ao atendimento, este poderá ser realizado em outros locais, como CRAS, CREAS, UBS, Unidade de Ensino. Caso não seja possível a realização do atendimento em outro local, ou se a vítima vive em cárcere, a equipe do NAEM pode realizar visita domiciliar.

Como pedir ajuda?

Maria Patrícia Tedeschi, coordenadora do NAEM, explica como a mulher agredida pode buscar ajuda.

“A vítima poderá procurar os serviços que nomeamos como porta de entrada, são eles: o NAEM, por meio de ligação telefônica, WhatsApp, e-mail e/ou pessoalmente; a Delegacia de Defesa da Mulher – DDM, pessoalmente para registro de Boletim de Ocorrência. É importante ressaltar que o Boletim de Ocorrência pode ser realizado por meios eletrônicos. Outras possibilidades são serviços que não são específicos para atendimento da vítima, porém estão preparados para realizar a acolhida e os devidos encaminhamentos, como por exemplo as Unidades de Saúde, CRAS, CREAS entre outros”.

foto internet

As denúncias podem ser realizadas pelos Canais Nacionais, 180 e Disque 100, e municipais, através do FAS – Fale Assistência Social, pelos números 161, 0800 7730161 e 3610 0687 (também whatsapp), site http://www.fasdenuncia.ribeirao.br/ e e-mail fas161rp@gmail.com.

O NAEM realizou 723 atendimentos de março a dezembro de 2020, número preocupante segundo a Secretaria de Assistência Social. “A questão da violência contra mulher deve ser combatida todos os dias do ano. Violência contra mulher não é só física, existe a psicológica, a sexual, a patrimonial e a moral, o importante é não nos calarmos frente a nenhuma delas. Enquanto sociedade nós temos o compromisso de usar os canais de denúncia para combater todo tipo de violência, quando suspeitamos ou identificamos uma mulher nesta situação. Uma denúncia pode salvar uma vida”, ressalta a secretária Renata Corrêa.

O NAEM possui calendário anual com atividades voltadas para a comunidade que tem por objetivo a orientação e reflexão acerca da violência contra a mulher.