Reabertura de escolas na pandemia não aumentou casos nem mortes relacionadas à Covid-19 no estado de SP, aponta estudo

Estudo mostra o que já sabemos que ocorreria caso o comercio estivesse aberto. O que aumenta os casos são os cofres cheio com a desculpa da doença.

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Análise foi feita por centro de pesquisa da Universidade de Zurique; dados não mudam mesmo nas cidades mais pobres e que concentram maior número de idosos

Um estudo financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e desenvolvido por pesquisadores do Center for Child Well-Being and Development (CCWD) – um centro de pesquisa da Universidade de Zurique, na Suíça -, em parceria com a Seduc -SP, aponta que a reabertura das escolas para atividades presenciais facultativas no estado de São Paulo, no ano passado, não aumentou o número de casos, nem de mortes por Covid-19.

Desde o dia 8 de setembro de 2020, das 5,1 mil escolas da rede estadual, aproximadamente 1,8 mil retomaram com as atividades presenciais, atendendo cerca de 1,7 milhão de estudantes do total de 3,5 milhões.

A análise foi feita nas 131 cidades paulistas que reabriram as escolas entre os meses de outubro e dezembro de 2020, de forma gradual e facultativa.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores compararam como essas medidas evoluíram entre municípios que reabriram as escolas e os demais, antes e depois do retorno das atividades presenciais.

O resultado mostrou que a reabertura das escolas não aumentou a incidência nem a mortalidade de Covid-19 em média, até 12 semanas após o retorno das atividades presenciais.

O mesmo ocorreu nas cidades mais pobres, naquelas com escolas com algum déficit na infraestrutura, com maior participação de população acima de 65 anos, ou com maior severidade da pandemia antes da reabertura.

“Há um ano tivemos que tomar a dura decisão de fechar as escolas em SP. Foi a decisão certa naquele momento de incertezas e desconhecimento sobre o vírus da Covid-19. Hoje, aquelas questões iniciais foram respondidas e este estudo reforça que as escolas não são locais de alto risco de contágio, com medidas corretas sendo adotadas, como estamos fazendo na rede estadual”, destaca o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares.

Protocolos rígidos

O estudo, entretanto, não descarta que as escolas possam ser pontos de atenção para a transmissão da doença, mas assegura, que com a adoção de protocolos rígidos e frequência controlada, elas não contribuíram para aumentar casos e mortes relacionados à doença.

Para os pesquisadores, isso aconteceu não apenas porque a comunidade escolar tipicamente representa apenas uma parcela pequena da população municipal, mas também porque a reabertura das escolas não impactou a mobilidade local.