De cada dez pessoas, oito terão dores nas costas ao longo da vida.
Este é um dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem se confirmado nos últimos meses, pelo recorde de buscas no Google utilizando o termo: dor nas costas.
Esse aumento das buscas por alguma referência em tratamento ou dicas de cuidados, têm sido atribuído às consequências das medidas preventivas, home office e isolamento social em tempos de pandemia, mas a realidade é que os cuidados e atenção à coluna vertebral nunca foram foco da população, e que esse segmento do corpo humano sempre necessitou de atenção e acompanhamento profissional.
A coluna vertebral é constituída por 33 vértebras divididas em quatro segmentos vertebrais que formam as curvaturas fisiológicas que permitem toda funcionalidade estrutural para as atividades de vida diária do indivíduo.
Alguns desses segmentos, apesar de serem intercalados por cartilagens resistentes, permitem os movimentos de deslizamento intersegmentares que somados tornam a mobilidade ampla em todos os sentidos do tronco, dessa forma podemos dobrar a coluna para frente, para trás, para os dois lados e também executar movimentos de torção.
A região mais baixa da coluna, a qual chamamos coluna lombar, por possuir essa ampla mobilidade intersegmentar é uma das regiões mais afetadas em termos de lesão e a dor nessa região é considerado o principal problema de saúde funcional nos países ocidentais industrializados.
As causas são comuns e geralmente estão associadas a desgastes excessivos das estruturas por excesso de movimento ou por descargas de peso constantemente influenciadas pela postura prolongada em algumas situações disfuncionais.
Mas a notícia boa é que a dor nas costas nem sempre é sintoma de alguma doença e pode ser prevenida através de boas orientações profissionais e de diferentes técnicas de prevenção e tratamento das estruturas anatômicas e movimentos fisiológicos do corpo humano.
A quiropraxia é uma ciência antiga, fundada entre 1845 e 1913, por Daniel David Palmer, no Canadá, é baseada no alinhamento vertebral como premissa de cuidado preventivo e também tratamento das microdisfunções articulares denominadas “complexos de subluxação vertebral”.
Esse método bastante estudado e comprovado utiliza-se de mobilizações articulares e ajustes que minimizam os efeitos das hipomobilidades entre os segmentos, trabalhando com os movimentos acessórios das articulações, dessa forma, é capaz de distribuir de maneira uniforme as cargas, corrigindo a mecânica errada que perpetuaria as microlesões e processos de cicatrização provenientes do uso contínuo e em excesso desses segmentos.
O quiroprático trabalha como um facilitador e a resposta aos seus estímulos (mobilizações e ajustes) é o corpo que executa, tendo este o mecanismo vital da cura pela liberação de todo o sistema de integração do organismo que é o sistema nervoso descrito por Galeno em 129-199 a.C como “a chave máxima da saúde”.
Todas as disfunções biomecânicas, não só da coluna vertebral, mas de todos os segmentos corporais podem ser trabalhadas pela quiropraxia a fim de melhorar-se a capacidade do sistema nervoso de regular as funções controlando e minimizando as disfunções articulares e não permitindo as acomodações viciosas do organismo.
Este método antigo, mas também atual e promissor, pode ajudar nas queixas de “dor nas costas” e ainda melhorar perspectivas futuras de disfunções que surgem com o tempo, com os posicionamentos e vícios do dia a dia, produzindo bem-estar e qualidade de vida através de articulações funcionais e cargas bem distribuídas possibilitando a base de movimentação do aparelho locomotor em todas as atividades, sejam elas de trabalho, de lazer ou de vida diária.
Autoras:
Fernanda M. Cercal Eduardo é fisioterapeuta e coordenadora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Internacional Uninter.
Thayse Zerger Gonçalves Dias é fisioterapeuta e tutora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Internacional Uninter