InícioSaúdeGordofobia e estigma da obesidade precisam ser combatidos com informação

Gordofobia e estigma da obesidade precisam ser combatidos com informação

No Brasil, uma em cada cinco pessoas está com sobrepeso ou obesidade segundo dados do Ministério da Saúde.

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A gordofobia é um neologismo criado para indicar o preconceito de pessoas que julgam o excesso de peso e a obesidade como um fator que mereça seu desprezo. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) defende que o estigma contra essa população deve ser combatido com informação.

“Evidências científicas mostram que o aumento de peso não ocorre apenas por falta de disciplina ou de responsabilidade pessoal mas sim por efeitos biológicos, metabólicos e genéticos”, explica o vice-presidente da SBCBM, Dr. Fábio Viegas.

“A obesidade é uma doença crônica e incurável e essa população merece respeito e acolhimento. O estigma e a discriminação pelo peso não podem ser tolerados em sociedades modernas”, afirma o especialista.

No Brasil, uma em cada cinco pessoas está com sobrepeso ou obesidade segundo dados do Ministério da Saúde. A projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que cerca de 2,3 bilhões de pessoas estejam acima do peso, sendo 700 milhões obesas, até 2025.

O presidente da SBCBM, Marcos Leão Vilas Bôas, lembra que a Sociedade atua em campanhas voltadas ao estigma da obesidade e visando informar a população sobre medidas de acolhimento das famílias e pacientes com obesidade.

EFEITOS DO ESTIGMA SOCIAL

Além das doenças associadas à obesidade, como o diabetes e a hipertensão, essas pessoas enfrentam grave estigma social. Um periódico científico publicado neste ano pela Nature Medicine, assinado por mais de 100 instituições de todo o mundo, incluindo a SBCBM, constatou que o preconceito contra a obesidade compromete a saúde, dificulta o acesso de pessoas acima do peso ao mercado de trabalho e a tratamentos adequados, afeta suas relações sociais e a saúde mental.

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Dados desta revisão apontam que entre os adultos obesos, cerca de 19% a 42% sofrem com a discriminação. A taxa é maior principalmente entre as mulheres e naqueles em que o Índice de Massa Corporal (IMC) são maiores.

Entre as crianças, os efeitos do estigma social também é preocupante. Estudos apontam que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade vítimas de bullying são significativamente mais propensos a sofrer com ansiedade, baixa autoestima, estresse, isolamento, compulsão alimentar e depressão se comparado com adolescentes magros.

Recentemente, a gordofobia foi utilizada para desqualificar o trabalho de parlamentares no Brasil, afastando pessoas gordas dos espaços de participação política. Deputados Joice Hasselmann, Rodrigo Maia e Sâmia Bonfim foram alvos.

Segundo a psicóloga Michele Pereira, coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da SBCBM, a gordofobia reforça preconceitos e sofrimento daqueles que não atendem ao padrão estético

“O aspecto físico não interfere nas outras capacidades. Não há conexão direta sobre a doença obesidade e as capacidades cognitivas. Já o sofrimento emocional e a marginalização por conta da obesidade, sim, podem levar a prejuízo em outras áreas da vida. Precisamos encontrar meios de combater todas as formas de discriminação”, explica a especialista.

Para o psiquiatra Hélio Tonelli, que também integra o Núcleo de Saúde Mental da SBCBM, a sociedade ainda não se atentou que a gordofobia pode até ser comparado a crimes relacionados com preconceitos por raça, sexualidade e gênero e origem, o que equivale ao assédio moral.

“Grande parte das pessoas que atendo dizem que na infância, ou até na fase adulta, sofreram algum tipo de restrição social por conta da gordofobia e isso traz efeitos sobre comportamentos e até na saúde mental. Existem evidências que o preconceito e o estigma que o obeso sofre no dia a dia acabam ocasionando problemas emocionais que estimulam comportamentos alimentares disfuncionais como o comer emocional e a adição à comida, o que perpetua o ciclo da obesidade”, reforça Tonelli.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS x SENSO COMUM

Embora a ideia de comer demais aliado a falta de atividades físicas possa parecer a principal causa da obesidade, evidências mostram que há uma linha mais tênue sobre a doença.

Um estudo canadense utilizou acelerômetros para medir a atividade física de crianças e adolescentes de 6 a 19 anos entre 2007 a 2009. A pesquisa concluiu que as meninas com obesidade deram mais passos diários do que as que estão na faixa de peso ideal. Achados semelhantes também já foram observados em adultos.

As evidências científicas também indicam outras causas para a obesidade, incluindo a genética, fatores epigenéticos, fatores de origem alimentar, privação de sono, disritmia circadiana, estresse psicológico, desreguladores endócrinos, medicamentos e efeitos intra-uterinos e intergeracionais, entre outros.

CIRURGIA BARIÁTRICA É OPÇÃO DE TRATAMENTO

A cirurgia bariátrica é uma opção de tratamento para pacientes que não conseguiram controlar a doença apenas com o tratamento clínico convencional. É considerado o tempo de doença diagnosticada e considera-se o Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 35 kg/m² e 39,9 kg/m², com comorbidades, ou pacientes com IMC igual ou maior do que 40 kg/m², com ou sem comorbidades, como requisitos para indicação do procedimento.

Além da perda de peso, a cirurgia traz benefícios como a remissão das doenças associadas à obesidade, incluindo diabetes tipo 2 e hipertensão, diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhora na qualidade de vida.

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