A ACIRP – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto repudia a falta de sensibilidade e de organização do Estado brasileiro no que tange ao combate à pandemia de Covid-19 e seus reflexos.
Diante do que pode vir a ser a maior crise global do século, a única medida dos poderes constituídos tem sido a interrupção das atividades do setor produtivo e o isolamento horizontal da população indistintamente.
Iniciativas amplamente defendidas e consideradas fundamentais neste momento sejam elas de cunho econômico, social ou de saúde pública – como a testagem da população, renda emergencial e oferta de linhas de crédito especiais – simplesmente não acontecem na prática.
A ACIRP mais uma vez lamenta a decisão da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e do Governo do Estado de São Paulo de prorrogar de forma radical os decretos de calamidade pública, sem considerar as características de cada município e região, sem indicar soluções efetivas para mitigar os impactos destas medidas na vida da população, das empresas e de seus trabalhadores e sem indicar perspectivas para que o setor econômico possa se planejar.
Em Ribeirão Preto, somente cerca de um mês após a decretação de calamidade pública, o Executivo se dispõe a formar um grupo de trabalho visando discutir sobre a retomada das atividades e a redução dos impactos econômicos e sociais da quarentena.
Tal medida, inclusive, somente foi adotada após insistência da ACIRP.
Em consonância com outras entidades, temos reivindicado reiteradamente o apoio do setor público para questões sócioeconômicas.
Já alertamos o poder público que a dificuldade da população menos favorecida em conseguir acesso à renda emergencial é a mesma que as empresas têm tido para obter financiamentos para fluxo de caixa e pagamentos de salários. Iniciativas de prorrogação de impostos apenas adiam em dois ou três meses o pagamento devido, sendo que os estudos mais otimistas apontam que os impactos desta crise para as empresas se prolongarão por pelo menos 18 meses.
A ACIRP entende que não há conflito entre a defesa da vida e a defesa da economia, uma vez que ambas as linhas estão amplamente ligadas uma a outra.
É com os recursos do setor produtivo, na forma de produtos, salários e impostos, que o Estado terá condições de cuidar de pessoas.
Diretoria da ACIRP