A Santa Casa de Ribeirão Preto convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (4) para alertar sobre as condições no atendimento de urgência e emergência, que chega a receber fluxo de pacientes 220% além da capacidade.
“Há algum tempo já estamos observando um aumento muito grande em nossas unidades de urgência e emergência em um dia ou outro da semana, porém agora quase diariamente estamos trabalhando com a nossa capacidade em 100%. Ontem chegamos a 220% acima do nosso limite”, explica o diretor superintendente da instituição, Marcelo Di Bonifacio.
A quantidade de equipamentos e todo suporte oferecido na Área Vermelha do Hospital (unidades de urgência e emergência) são apropriados para quatro pacientes, sendo que neste domingo, 3, a quantidade chegou a 12, e nesta segunda-feira, 4, a oito.
Essa lotação nas unidades de urgência e emergência já vem ocorrendo há mais de dois meses, mas, de acordo com o diretor, os últimos dez dias acabaram assustando toda a equipe do hospital. “Não medimos esforços para atender a população, porém não gerenciamos o fluxo de pacientes do Hospital, quem gerencia é a Central de Regulação de Saúde do Município”, assegura o diretor.
De acordo com Bonifacio, a coletiva foi um aviso para evitar problemas maiores no futuro se nenhuma providencia for tomada.
“Nós, como prestadores de serviços, não nos importamos de fazer o atendimento, porém estamos prevendo sérios problemas que possam ocorrer mediante a exaustão das equipes e de nossos recursos”, conta.
Eles afirmam que a regulação sabe a quantidade de pacientes suportados, mas não tomam nenhuma providência perante o ocorrido. “Faz uma semana que eu estou enviando um e-mail pra eles informando que nós não temos condições de atender nem leitos de enfermaria, nem CTI e nem leitos de estabilização, estamos lotados”, afirma a gestora administrativa Odete Mondini Guimarães.
Talvez a prefeitura tenha a resposta.
Pois o hospital não sabe explicar os motivos do aumento de procura e que não há nenhuma relação com o surto de H1N1.
Eles ainda afirmam que a dívida da prefeitura com o Hospital está regularizada, e que no mês de março houve o pagamento de 2 parcelas em relação ao déficit, que equivale a 1,4 milhão, e que se não fosse o pagamento, talvez a situação fosse pior.
O diretor finaliza dizendo que a instituição irá trabalhar fortemente para resolver a situação de superlotação no hospital e que ira notificar a promotoria com todos os dados para que eles possam estar cientes do que está havendo no local.
Resposta da Prefeitura
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) afirmou que a cidade vive uma situação inusitada, com a ocorrência de duas epidemias simultâneas – dengue e zika vírus – e também do aumento de casos de Influenza (Gripe).
“O que se espera da rede hospitalar é que, diante de situação excepcional representada pelas epidemias e pela antecipação de casos de influenza, adote também medidas excepcionais de organização de seus serviços, a exemplo do que fez a rede municipal de saúde. Lamentar o aumento de demanda e imputar esse aumento à Central da Regulação é um misto de irresponsabilidade, dissimulação e mistificação que não contribui em nada com a gravidade do momento”, encerra a nota.
Os funcionários da Santa Casa dão o seu melhor, atendem os pacientes sempre com atenção e prontidão, mas ao que parece, não existe verba suficiente para esta instituição. Por fim a população é quem sofre, e principalmente aqueles que não podem pagar planos “particular”.
Por fim o que resta é torcer para não ficar doente.