O professor universitário, Milton Taidi Sonoda, de 39 anos, encontrado morto no interior de um carro em chamas, no dia 18 de maio, em São Carlos, foi assassinado pela própria mulher e sua filha, enteada dele, segundo a Polícia Civil.
O crime teria sido motivado por dinheiro.
A enteada, de 17 anos, confirmou em depoimento ter matado o padrasto com três facadas, após tê-lo sedado. A viúva, a advogada Milene Estácio da Silva, de 36 anos, negou participação no assassinato, mas confirmou ter ajudado a filha a se desfazer do corpo.
As duas pretendiam enterrar o corpo, mas o carro ficou sujo com o sangue da vítima e elas optaram por incendiar o veículo.
Crime motivado por dinheiro – A polícia concluiu que mãe e filha planejavam a morte do professor há três meses. Sonoda tinha uma certa quantia em dinheiro que investia na reforma de uma casa em Uberaba, onde a família passaria a morar. A mulher não queria se mudar, e a vítima estava gastando todo o dinheiro, a reserva que eles tinham em caixa. Isso estava trazendo descontentamento, conforme concluiu a polícia.
Assassinato cheio de digitais – Além das versões não baterem, as duas deixaram muitos rastros do crime. Elas tentaram comprar um revólver 38. Também mandaram afiar três facas, compraram uma pá e ainda tentaram envenenar o professor diversas vezes, adicionando substâncias letais em seu suco.
Em depoimento, a viúva, uma advogada de 36 anos, negou o crime e disse que ajudou apenas a ocultar o cadáver. A filha dela, de 17, assumiu que matou o padrasto com três facadas em casa, enquanto o irmão de 5 anos assistia à TV no quarto.
Mãe incentivou filha
Segundo o delegado, a mãe incentivava a filha e ambas discutiam como deveriam assassinar Sonoda, que viajava de Minas para São Carlos para ficar com a família. Por três vezes, a enteada pegou carona com padrasto em Ribeirão Preto, onde ela ia na casa do namorado. A intenção era matar o professor no caminho.
“Mas ela não teve coragem, porque a vítima passou a tratá-la bem e ela acabou se desencorajando e não efetuando o crime naqueles dias”,
disse Aquino.
A adolescente relatou em depoimento na presença do Conselho Tutelar que, após esses episódios, por diversas vezes ela colocou substâncias no suco do professor na tentativa de envenená-lo, o que não teve efeito. “A vítima teve alguns problemas, mas nada grave. Depois disso, elas planejaram que iriam esfaquear a vítima e mandaram afiar três facas para usar como instrumento do crime”, relatou o delegado.
A mãe, que está presa temporariamente por 30 dias, será indiciada pelo crime de homicídio duplamente qualificado combinado com corrupção de menores e ocultação de cadáver. Se condenada, pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
Já a filha, detida por 45 dias, responderá por ato infracional pelos mesmos crimes e, se condenada, ficará na Fundação Casa no máximo até os 21 anos. As duas foram levadas para a Cadeia Feminina de Ribeirão Bonito.