“Corporativismo é a ação em que prevalece a defesa de interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público.”
O corporativismo político é uma das práticas mais nefandas e abomináveis da política brasileira.
Não que ele não exista em outros países ou em outras categorias profissionais. Há o corporativismo dos médicos (a “ética” os proíbe de condenar colegas e o CRM só o faz em casos extremos); há o corporativismo entre juízes (juiz evitando condenar juiz); há o corporativismo entre engenheiros (também por “ética”, não se critica a obra de colegas) e por aí vão os exemplos.
Mas será que político tem “ética”? Arrisco-me a dizer que, pelo menos 80% deles não têm. E como as minorias não resolvem nada…
O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta segunda-feira, (30), por unanimidade, arquivar a denúncia de quebra de decoro parlamentar contra o vereador afastado Waldyr Villela.
Processo aberto pelo GAECO, em que ficou constatado que o “vereador” formado em odontologia, atendia como medico, prescrevendo medicamente, realizando consultas e até pequenas cirurgias
Os vereadores amigos do amigos:
Isaac Antunes foi o relator, também fizeram parte da comissão Lincoln Fernandes, Paulinho Pereira, Fabiano Guimarães e Maurício de Vila Abranches.
Todos consideraram que o GAECO errou e que Waldyr Villela deve voltar a embolsar 13.809,95 mensais, salário de um vereador.
A defesa sempre alegou que o dentista não agiu de má fé, sendo apenas uma boa alma, o que pelo visto convenceu a comissão de ética.
Waldyr Villela mantinha um ambulatório por muitos anos, no Tanquinho, onde oferecia à comunidade uma série de serviços, além de tratamento dentário – Villela é formado em odontologia.
O vereador é investigado pela Polícia Civil e pelo Gaeco por exercício irregular da medicina, uso de documento falso, corrupção passiva e ativa e associação criminosa.
Que exista o corporativismo em determinadas categorias profissionais, é até compreensível, desde o momento em que isso não afete a população, como um todo. Mas os atos políticos afetam e, por isso, essa prática deveria ser banida. Só que eles não querem isso, porque no meio deles, é perigoso. Seria como “serrar o próprio galho que se sentam, pois se esse galho cair, todos caem juntos. “Defendo você hoje, para que você me defenda amanhã”; “não divulgo os seus podres, para que você não divulgue os meus”; “não ataco, para não ser atacado“. Essa é a regra que vigora internamente e que a maioria das pessoas aqui fora não sabem como funciona. O nosso corporativismo político é excessivamente condescendente e prejudicial ao país.