A equipe branca conquistou a décima primeira Taça dos Campeões Europeus frente ao Olympiacos comandada pelo grande Vezenkov numa final épica com uma cesta de Llull faltando três segundos para o final.
A história da décima primeira Taça dos Campeões do Real Madrid não poderia ser escrita de outra forma senão de forma épica. A que usou o uniforme branco para derrotar o Olympiacos no Kaunas grego por um ponto em um final de infartar, onde Sloukas errou o último lançamento. A equipe de Madrid resistiu a um exuberante Vezenkov (29 pontos e nove rebotes) para tocar o céu e coroar-se na Europa com um acerto de Llull, o seu único ponto da noite, a três segundos do final. Glória para o Real Madrid, para Tavares (MVP da Final Four), para os velhos roqueiros e para Chus Mateo, exaltado em seu primeiro ano como técnico principal na casa branca.
Foi uma final de museu. Logo de entrada, uma raridade. Tavares tinha alguém para olhá-lo nos olhos. Moustapha Fall, 2,18m, diante de seus 2,20m. Torre contra torre. Apesar de o jogo começar a se agitar por fora: as quatro primeiras tentativas foram três, com bingo de barba. Repetiram o prato de Canaã e Papanikolaou, mas o Madrid já tentou penetrar por dentro. Pela primeira vez, Tavares batia contra outra montanha, e Fall pagou o pedágio com duas faltas precoces. Vezenkov exigia do júnior Ndiaye e Canaan ainda estava ligado ao triplo para abrir um espaço (19-10). Chus Mateo fez uso do engenho de Sergio Rodríguez e da garra de Rudy, e Bartzokas do febril Sloukas. Bolomboy, substituto de Fall, seguiu o mesmo caminho: duas faltas e o banco. É o que significa encontrar Tavares. O colosso não descansou um segundo em duelo sem bandeira branca (24 a 17 para fechar o primeiro quarto).
O Madrid tinha ganhado clarividência com Chacho no comando e Hezonja bem resolvido na quadra. Na defesa, a área começou a render e os brancos recuperaram de uma desvantagem de 12 pontos para assumir o comando com um parcial de 5-19, de 24-12 a 29-31. No Olympiacos também não houve trégua para Vezenkov, o homem para tudo, um artilheiro de qualquer canto que mal perdeu 25 segundos em toda a primeira parte. Os jogadores de vermelho tentaram aproveitar ao máximo o intervalo de Tavares (minuto 15, por Randolph), mas o Real Madrid manteve a cabeça erguida com aquela retaguarda de muitas assistências e os três pontos dos seus dois homens de dentro e de Musa. O intervalo 45-45 foi a melhor descrição de uma partida disputada de potência a potência, muito rápido em cada cesta. Ninguém tinha guardado um grama de basquete em uma final magnífica.
O regresso do duelo Tavares-Fall foi silenciado por Musa à distância. Canaan também de uma ponta da quadra, com o pulso tão quente quanto no início da noite (cinco triplos de seis). E claro, o onipresente Vezenkov, capaz de fabricar uma falta a seu favor sem ter tido quase contato (57-52). O búlgaro acelerou em cada pisada, dominando a bola. A Zalgirio Arena era como um caldeirão rugindo torcendo pelo Olympiacos. Nas arquibancadas não havia cor. Madrid estava claramente jogando em território inimigo.
A varinha de Sergio Rodríguez quebrou uma seca de pontos de três minutos e meio na equipe de Chus Mateo. Williams-Goss finalizou uma jogada de bilhar à distância, de passe a passe, e um contra-ataque de Hanga restaurou o equilíbrio de forças. Nenhuma das equipes foi capaz de acertar a mesa. A tensão e os nervos disparavam. Uma rebatida de Sloukas e uma falha de três pontos de Rudy após uma carambola no aro colocaram o Olympiacos um dedo à frente (63-59) com o último quarto restante. A maratona da Euroliga foi decidida em um capítulo digno de um filme de Hitchcock.
O banco madridista pagou com técnica a sua queixa por uma bofetada a Tavares, o saco de todas as pancadas. O pilar madridista mostrou nervos de aço para esquecer o jogo clandestino e focar-se no painel dos Olympiacos. Era hora de atacar com tudo. O imperial Vezenkov agradeceu a Sloukas pelo passe para servir uma bandeja e depois assinou meteu alguns acertos distantes. McKissic teve pernas para castigar os brancos com as suas penetrações e a equipe espanhola resistiu com a ponteria de Causeur (74-70).
O Real Madrid agarrou-se a esses momentos finais da magia de Sergio Rodríguez para marcar e alimentar a ligação com Tavares. O canário causou um terremoto com seu triplo com 46 segundos restantes (78-77), Fall se nublou debaixo do aro e Llull esticou o delírio com uma cesta com 3,2 segundos restantes. Ele não havia marcado até então em toda a partida. Sloukas perdeu o último tiro, aquele que decide a glória. Com a sua eterna épica nas costas, o Real Madrid sagrou-se campeão europeu.
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