A organização da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América do Sul que acontece entre os dias 25 e 29 de abril em Ribeirão Preto (SP), está confiante para a edição de 2016, quando espera repetir o desempenho do ano passado, quando registrou faturamento de R$ 1,9 bilhão, cerca de 30% a menos que a edição de 2014.
Apesar de desempenho bem abaixo de anos anteriores, manter as vendas no mesmo patamar de 2015 está “de bom tamanho” no atual momento de crise. A positividade se baseia em pilares como o crescimento do PIB do agronegócio de 2015, sendo o único setor a crescer; e também a situação obsoleta do maquinário dos produtores brasileiros.
“Acredito no sucesso, com resultados positivos previstos. Temos tecnologia, faremos bons negócios. Quem participa, procura a melhor saída (para comprar e renovar a frota). E os produtores estão capitalizados”,
opinou o presidente do evento, Fábio Meirelles, durante coletiva de imprensa em São Paulo.
Entretanto, o presidente de honra da Agrishow, Maurílio Biagi, pondera que os tempos prósperos estão longe de se repetir.
“Nesse campo sabemos das dificuldades, do que está acontecendo (no Brasil). Não repetiremos o desempenho de anos anteriores, quando tínhamos boas surpresas”.
Ele se refere ao ápice da venda de máquinas agrícolas em 2013, quando a feira movimentou R$ 2,6 bilhões, superando expectativas.
Quanto ao crédito, ele diz que nada mudou desde o ano passado, o que deve ajudar a manter o mesmo resultado. “O governo cumpre com suas obrigações, está com crédito disponível igual ao ano passado, e sinaliza que o Plano Safra está previsto para junho. Quanto aos juros, não deve aumentar. Mas se aumentar, será pouco e não deve influenciar tanto”, disse Meirelles.
Estrutura
A Agrishow deve repetir também os mesmos expositores de peso, que reúnem seus principais lançamentos do ano para a feira, considerada o termômetro do agronegócio brasileiro. “Nosso papel é de reunir o que há de mais moderno em tecnologia, é quase um intercâmbio. O produtor vai visitar a feira para se atualizar”, disse Carlos Pastoriza, vice-presidente da feira e presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Política
Questionada sobre a situação de Kátia Abreu frente ao Ministério da Agricultura, a organização, que é composta por diversas entidades do agronegócio, afirma que não vai se pronunciar politicamente. O vice-presidente Carlos Pastoriza afirmou que o evento é apenas comercial, que não se articula politicamente e que não fará pronunciamento sobre o tema.
“Não vamos fazer nenhum posicionamento político nem partidário. Não queremos contaminar a feira, isso só traria danos”.