Para muitas pessoas cuidar da saúde do corpo e da mente se resume em intensos exercícios físicos em períodos de festas e férias de verão. Mas os especialistas alertam que é preciso cuidar da saúde do corpo o ano todo, o que também beneficia as condições psicológicas e de estresse do cotidiano.
Segundo o empresário Flávio Soares de Oliveira, sócio-proprietário da academia Triathlon, em Ribeirão Preto.
“Para uma vida saudável, além de uma boa alimentação, devemos praticar atividades físicas regularmente, acompanhados de profissionais capacitados. Também é importante estar em ambientes agradáveis e que ofereçam diferentes opções (modalidades), desta forma cada pessoa pode encontrar qual é a melhor maneira de praticar exercícios”.
“É normal um praticante dizer que está ficando enjoado da modalidade, aí que entra o profissional que, observando seu perfil, o instruirá para que não desanime e seu treino continue prazeroso”, completa.
Associado da Federação Internacional de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. O médico do esporte, Dr. Guilherme Corradi, que atua em São Paulo, destaca que a atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados, realizados repetitivamente.
“Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral. Afetam de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação, o convívio social. Também, há uma melhora significativa da sua qualidade de vida”.
O médico faz o alerta. “Não é só no verão que temos que pegar firme na prática de atividades físicas. Sim. O verão é um estimulante natural para a prática de exercícios. O problema aparece quando a soma da empolgação momentânea com a vontade de eliminar gorduras acumuladas tem como resultado a prática de exercícios sem cuidados básicos necessários. Os problemas mais comuns nesses casos são as lesões musculares e articulares. As articulações mais comumente afetadas são: do joelho, do quadril e da coluna. Com a prática inadequada de exercícios físicos, a coluna é uma região muito comum de dor”.
O Dr. Ricardo Couto Moraes, cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, explica que atualmente diferentes estudos demonstram que o baixo nível de atividade física é um fator de risco no desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas.
“Como, por exemplo, o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, a doença aterosclerótica (angina e infarto do miocárdio), osteoporose e outras. Somado a isso, pessoas sedentárias, apresentam maior tendência para alguns tipos de câncer, como de intestino e de mama, além de doença vesicular, obesidade, depressão e ansiedade. Outros estudos indicam que a atividade física relaciona-se com controle do peso corporal e melhora da distribuição da gordura corporal; reduz o risco de quedas entre os idosos; melhora o estado de humor; alivia os sintomas de depressão e ansiedade; e elevando os padrões de saúde relacionados à qualidade de vida”.
Ele orienta que pelo menos 30 minutos por dia, de 4 a 5 vezes na semana, de forma regular e continua (com intensidade leve a moderada) já apresentam benefícios, como por exemplo subidas e descidas de escadas, passeios com o cachorro, jardinagem, lavagem de carros, caminhadas em ritmo ligeiro, danças, pedalar ou nadar.
E para as pessoas que deixam para praticar atividade física somente no verão, em épocas que geralmente mostramos mais o corpo, o médico deixa um alerta.
“A associação de um programa exaustivo de treinamento (pelo aumento do volume e/ou pela intensidade de treinamento) com insuficiente período de recuperação e, consequente prejuízo da performance por longos períodos de tempo (diversas semanas ou meses), caracteriza a síndrome do overtraining. Levando a fadiga generalizada, perda de coordenação, náuseas, aumento de infecção bacteriana, queda na concentração nos treinamentos, depressão, apatia, dores musculares e nas articulações, infecções do trato respiratório e perda de apetite”.
E destaca: “Sintomas como falta de ar, dores do peito ou costas, tonturas, palpitações ou outras manifestações fora do habitual durante ou após a atividade física, devem ser comunicados ao seu médico”.