Uma onça-parda ferida que deu entrada no Bosque e Zoológico Municipal Dr. Fábio Barreto, no dia 5 de junho, levada pela Polícia Ambiental de Ribeirão Preto, deixou o Zoo na manhã desta quinta-feira, 23, com destino à Associação Mata Ciliar, localizada em Jundiaí, onde passará por um processo de readaptação em um ambiente monitorado constantemente. O objetivo é avaliar se ela estará apta para uma posterior reintrodução em vida livre.
O animal, um macho de aproximadamente quatro anos, pesando 39,8 quilos, foi capturado por uma armadilha em uma propriedade rural de Cajuru. Assim que chegou ao Zoo foi avaliado, sendo constatada uma perfuração de globo ocular direito e pequenas lesões superficiais de pele espalhadas pelo corpo.
“Como o prognóstico da perfuração de globo ocular é desfavorável, 24 horas após a chegada do animal, foi realizado um procedimento cirúrgico de enucleação, ou seja, a retirada total do globo ocular e sutura (fechamento) das pálpebras, aparentando que o olho apenas está fechado”, explicou o médico veterinário César Henrique Branco, que ficou responsável pela onça juntamente com sua equipe.
“Após a cirurgia, o animal foi monitorado diariamente e, como apresentou excelente recuperação, foi transferido para a Associação Mata Ciliar, localizada no município de Jundiaí”, disse o zootecnista Alexandre Carvalho Gouvêa, chefe do Bosque/Zoo Fábio Barreto.
Onça-parda – Onça-parda ou Puma (nome científico: Puma concolor), também conhecida no Brasil por Suçuarana é o mamífero terrestre com a maior distribuição geográfica no ocidente, ocorrendo desde a Columbia Britânica, no Canadá, até o extremo sul do Chile, habitando desde florestas densas, até áreas desérticas. É capaz de sobreviver em áreas extremamente alteradas pelo homem, como pastagens e cultivos agrícolas. Foi considerado o carnívoro brasileiro com maior adaptabilidade.
É o segundo maior felino das Américas, medindo até 155 cm de comprimento, sem a cauda, e pesando até 72 kg. Possui coloração variando do cinzento ao marrom-avermelhado, com a ponta da cauda de cor preta, áreas laterais do focinho e ventre de cor branca. Animais dessa espécie vivem, em média, entre 7,5 e 9 anos de idade.
É um animal solitário e mais ativo à noite. Alimenta-se predominantemente de cervídeos, mas pode variar a dieta, sendo considerado um predador oportunista.
A onça-parda não é considerada um animal em risco de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, mas já foi extinta em grande parte de sua distribuição na América do Norte e em algumas localidades das Américas, Central e do Sul. As principais causas disso são a caça, seja por esporte ou retaliação por ataques ao gado, fragmentação e destruição do habitat, e em áreas muito populosas, atropelamentos.